Nascido no dia 14 de fevereiro de 1914, o coxa-branca Antônio Motta Espezim, conhecido como Tonico, é um símbolo de lealdade e amor pela camisa alviverde. Depois de atuar em campo pelo Coritiba, o jogador também foi treinador das categorias de base do Coxa por dez anos, trabalhando na contabilidade do clube no período da noite. Ele foi o primeiro atleta a receber o prêmio Belfort Duarte.

Sua carreira no Coritiba começou em 1940, depois de atuar no Corinthians de Mafra e no Pery Ferroviário. Seu jogo de estreia pelo Coxa foi na inauguração do Pacaembu, em São Paulo, contra a equipe do Palestra Itália. Funcionário da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, recebeu uma proposta para atuar no time Ferroviário, que chegou a cancelar a transferência do jogador de Mafra para Curitiba por conta da recusa.

Tonico, que sempre usava um gorro verde e branco durante as partidas, vinha para a capital aos sábados e vestia a camisa do Coxa aos domingos. Depois dos jogos, dirigentes do Clube da época o levavam para casa. O jogador pediu demissão do antigo emprego e mudou-se para Curitiba, onde trabalhou no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC).

Duas vezes bicampeão paranaense pelo Coritiba (1941-1942 e 1946-1947), Tonico jogava como half-back, compondo a linha defensiva pela direita, como se fosse um zagueiro. Quando necessário, porem, também atuava no ataque com levantamentos precisos na área adversária, voltando rapidamente para a defesa. Ele conquistou seu quinto campeonato estadual com o Coritiba em 1951, ano em que terminou a carreira de jogador.

O ex-jogador foi destaque nos Campeonatos Paranaense de 1940 a 1947 e convocado pela Selação Brasileira para disputar o Sul Americano de 1942, mas não pode atuar por conta de uma luxação no tornozelo. Mesmo com muitas propostas de outros times, Tonico nunca trocou a camisa verde e branca. Ele faleceu no dia 07 de dezembro de 2012, mas na memória coxa-branca, permanece vivo.

Primeiro atleta a conquistas o prêmio Belfort Duarte

O prêmio Belfort Duarte foi instituído pelo Código Brasileiro Disciplinar de Futebol de 1946. Ele era destinado a jogadores que tivessem participado de 200 partidas oficiais sem sofrer nenhuma punição esportiva por um período de 10 anos consecutivos. Caso o ganhador fosse um jogador amador, receberia uma medalha de ouro. Se fosse profissional, prata.

Junto com a medalha, o vencedor receberia também um diploma e credencial para acesso livre em todos os estádios desportivos do país. Para orgulho da nação alviverde, o primeiro atleta a receber a honraria foi Tonico, o half-direito do Coritiba.

*Com informações do Livro Eternos Campeões, do Grupo Helênicos.